Sobre a edição
Homenagem a Antonio Meneses [1957 – 2024]
Nascido em Recife, criado no Rio de Janeiro, filho de um trompista e cercado de irmãos músicos, Antonio Meneses começou seus estudos de violoncelo aos 10 anos. Aos 16, foi ouvido pelo famoso celista italiano Antonio Janigro, que o convidou para integrar sua classe em Düsseldorf e, mais tarde, em Stuttgart.Ganhou o primeiro lugar no Concurso Internacional da ARD em Munique e, em seguida, venceu o Concurso Tchaikovsky em Moscou. Sua carreira foi lançada. Antonio Meneses se apresentou com as principais orquestras do mundo em Berlim, Londres, Amsterdã, Viena, Paris, Praga, Moscou e São Petersburgo, Munique, Nova York, Filadélfia, Washington D.C. e Tóquio, além de muitos dos principais palcos da América do Sul. Entre os regentes com os quais colaborou estão Claudio Abbado, Riccardo Chailly, Charles Dutoit, Neeme Järvi, Herbert von Karajan, Riccardo Muti, André Previn, Mstislav Rostropovitch, Zubin Mehta entre outros. Apaixonado pela música de câmara, integrou o lendário Beaux Arts Trio. Sua discografia traz duas gravações para a Deutsche Grammophon com Karajan e a Filarmônica de Berlim. Lançou as obras completas de Villa-Lobos para violoncelo, de David Popper para violoncelo e orquestra e de Carl Philipp Emanuel Bach para violoncelo .Para o selo AVIE, suas gravações incluem as Seis Suites para Cello de Bach; a obra completa de Schubert para cello e piano com Gérard Wyss; um CD com peças de Beethoven com Menahem Pressler; os concertos de Haydn para violoncelo e o Concertino de Clóvis Pereira com a Royal Northern Sinfonia; e um CD com os concertos de Elgar e Gál com a Royal Northern Sinfonia sob regência de Cláudio Cruz.
Em 2017, Antônio gravou com o pianista André Mehmari peças da música de concerto e da música popular. Em 2023, lançou pela Naxos o CD Meneses e a OSESP interpretando os concertos de Villa-Lobos para violoncelo e a Fantasia para Violoncelo e Orquestra, sob a batuta de Isaac Karabtchevsky. Recentemente, seu CD com o pianista brasileiro Cristian Budu (lançado em setembro de 2023), recebeu o “Play de Prata” ao superar as 100.000 visualizações no Youtube. O aguardado álbum “Bach: The Cello Suites” foi lançado em 15 de dezembro de 2023, pela gravadora Azul Music, e é inteiramente dedicado às famosas suítes para violoncelo solo do compositor alemão. Antônio frequentou por diversas vezes o festival VIRTUOSI apresentando-se como solista, recitalista e música de câmara. O festival VIRTUOSI não poderia deixar de homenagear esse grande artista. Não existe palavra que expresse a lacuna que a morte de Antônio deixou no mundo musical. O VIRTUOSI agradece a generosidade desse grande artista. O programa escolhido foi em referência ao seu último CD lançado em dezembro de 2023.
Artistas Convidados
ANA LUCIA ALTINO, piano
Pernambucana, é Doctor in Musical Arts – piano performance pela Boston University. Graduada pela UFPE estudou na Escola Superior de Música de Detmold com bolsa do governo da Alemanha, onde recebeu seu primeiro doutorado. Vencedora de vários prêmios nacionais foi solista das grandes orquestras do país sob a regência de importantes regentes. Responsável pelo ressurgimento do movimento musical da Paraíba, criou o Departamento e o Curso de Bacharelado em Música da UFPB assim como a Orquestra Sinfônica daquele estado. Criou juntamente com seu marido, Maestro Rafael Garcia o projeto VIRTUOSI que compreende diferentes festivais que são realizados durante o ano no Recife e cidades do interior do estado de Pernambuco e outras cidades do nordeste.
BETINA STEGMANN, violino
Nascida em Buenos Aires, iniciou seus estudos de violino em São Paulo com Lola Benda, continuando-os com Erich Lehninger. Diplomou-se pela Escola Superior de Música de Colônia onde cursou a classe de violino de Igor Ozim e a classe de música de câmara do Quarteto Amadeus. Seguiu logo para Tel-Aviv, Israel e aperfeiçoou-se com Chaim Taub. Mais tarde frequentou cursos ministrados por Pinchas Zukerman e Max Rostal. Como recitalista e sollistga apresentou-se em várias cidades do Brasil. Argentina, Itália, Alemanha, Estados Unidos e Bélgica. Realizou gravações nas rádios WDR (Alemanha) e na RAI – Trieste (Itália) , estrelando, entre outras, obras de compositores contemporâneos. Participou de vários festivais no Brasil e no exterior. Atualmente é Primeiro Violino do Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo e professor no Instituto Baccarelli.
BREANNA SINCLAIRE, soprano
Natural de Baltimore, Maryland, e formada pela CalArts, recebeu seu mestrado no Conservatório de Música de São Francisco e foi a primeira mulher trans do programa de ópera. Apresentações operísticas incluem Carmen, The Old Maid and The Magic Flute, L’enfant et les sortilèges, West Side Story, entre outras. Fora da ópera, Sinclairé desfrutou de uma variedade de oportunidades de atuação com organizações LGBT e outras em todo o país como os Coros Gays de Washington, D.C. e São Francisco. Foi a primeira mulher trans a cantar o Hino Nacional em um evento esportivo profissional. Ela fez sua estreia com a SF Symphony em 2018 como a primeira cantora trans a se apresentar com a orquestra.
KAROLINA NADOLSKA, piano
Uma das principais jovens pianistas polacas, formou-se em 2009 com distinção na Universidade de Música Fryderyk Chopin em Varsóvia. É premiada em vários concursos de piano nacionais e internacionais, incluindo o prémio especial para o melhor pianista polaco no 6º Concurso Internacional de Piano Paderewski (2004) e o Grand Prix e Radio Merkury Award em Konin (2006). Em 2011, ganhou o Segundo Prémio e o prémio especial para a melhor execução de obras de Chopin no Concurso de Piano Fryderyk Chopin de toda a Polónia, em Varsóvia.Já se apresentou nos EUA, Japão, Austrália, Alemanha, Suécia, Itália, Estônia, França, Suíça, Holanda, Tunísia, Grã-Bretanha e Lituânia.
LEONARDO ALTINO, cello
Nascido em Recife, Leonardo iniciou seus estudos com o professor Pino na UFPB. Vencedor do concurso “Jovens Concertistas Brasileiros”, realizado no Rio de Janeiro em 1986, estudou nos Estados Unidos com Aldo Parisot na Yale University. A partir de 1988, Leonardo seguiu seus estudos no New England Conservatory of Boston, onde obteve seu “Diploma in Performance” com “Highest Honor”. Após o término de seus estudos em Boston, Leonardo realizou curso de aperfeiçoamento com o professor Marcio Carneiro na Musikhochschulle de Detmold, como bolsista da Fundação VITAE. Além de ter tocado com as principais orquestras brasileiras, Leonardo também foi solista da várias orquestra americanas, além da Sinfônica do Chile e Sinfônica de Bogotá, entre muitas outras. Aos dezenove anos de idade, ganhou o Primeiro Prêmio no Concurso Internacional de Violoncelo de Viña Del Mar, Chile. Mestre em Violoncelo pela Universidade de Illinois, Leonardo foi durante dois anos Cellofellow da Montgomery Symphony Orchestra, Alabama. Atualmente é Professor de Violoncelo do Wheaton College, EUA.
NILSON GALVÃO, regente
Natural de Recife-PE, filho de músicos, iniciou os estudos formais de música e de violoncelo muito cedo. O violoncelista possui Bacharelado e Mestrado em violoncelo, ambos pela Campbellsville University – Kentucky e Mestrado em Regência Orquestral pela University of Louisville – Kentucky, EUA. Realizou trabalho na direção artística/musical do projeto social Orquestra Criança Cidadã, Recife-PE.Junto à Orquestra Criança Cidadã realizou turnês internacionais com apresentações para o Papa Francisco e o Primeiro Ministro de Portugal Passos Coelho, bem como concertos importantes na sede da ONU-EUA, Catedral de Santi Silvestro e Martino de Roma e no programa de tv italiano “Prodigi La Musica è Vita”, e na Basílica de Buenos Aires. É membro do renomado grupo Quinteto da Paraíba – onde desenvolve uma linguagem musical que vai além da tradicional sonoridade camerista. Atualmente desempenha a função de maestro da Orquestra Sinfônica Municipal de João Pessoa, PB
ORQUESTRA JOVEM DE PERNAMBUCO
Criada em 1986 foi reativada em 2005 durante a realização do projeto A Fábrica de Música pelo Maestro Rafael Garcia. Em 2005 a OJOPE realizou mais de 40 concertos através do SESC-PE, do FUNCULTURA e do Sistema de Incentivo da Prefeitura Municipal de Recife. Participou de vários projetos incluindo FORMAÇÃO DE PLATEIA: Concertos nas Escolas, Concertos Didáticos (FUNARTE), Concertos no Interior (Petrobras), além dos vários festivais VIRTUOSI. Já se apresentou com o Maestro João Carlos Martins em Gravatá e Garanhuns e acompanhou vários solistas internacionais. Fez a estreia da ópera Dulcineia e Trancoso do compositor Eli-Eri Moura. Participa em todas as edições dos festivais VIRTUOSI sejaem Gravatá, Garanhuns, Goiana ou Recife.
RACHEL FENLON, soprano e pianista
Soprano e pianista que está encontrando uma voz única nos palcos da música clássica do mundo. Partindo de uma abordagem de cantora e compositora, realiza recitais de música como cantora e pianista, ela mesma se acompanhando. Elogiada pelos seus “recitais de formato incomum, de acordo com seu extraordinário talento”, Rachel atua internacionalmente como recitalista, como pianista e cantora solo e no palco de ópera. Rachel nasceu no Reino Unido, cresceu na costa oeste do Canadá e agora mora em Berlim. A temporada 2024/25 verá Rachel estrear-se em recitais auto-acompanhados no Konzerthaus Berlin, no Bechstein Hall, na Salle Bourgie Montreal, na Vancouver Recital Society, no Virtuosi Festival no Brasil e no Algarve Music Series. Na ópera, Rachel volta a trabalhar com o Ensemble Nylandia/Isabella Shaw em La Doriclea. Rachel lança seu primeiro álbum solo de Die Winterreise de Schubert pela Orchid Classics no outono de 2024.
RAFAELE ANDRADE, knurl
Rafaele Andrade é uma musicista de Curitiba, Brasil, que combina abordagens interdisciplinares em sua música. Ela usa tecnologias que cria para abordar questões sociais e ambientais. Movida por uma paixão única entre composição e performance musical, ela criou seu próprio instrumento de cordas chamado Knurl, tocando suas produções em palcos na América Latina e na Europa.Com o Knurl, Rafaele mistura música experimental, clássica e brasileira com novas estratégias de engajamento e interatividade com o público.
Knurl é um instrumento musical feito com tecnologia de impressão 3D e material biodegradável. Seu sistema eletrônico é feito com programação criativa para apresentações musicais ao vivo. Feito pela própria instrumentista é inspirado em um violoncelo acústico. Knurl incorpora a fusão de arte, ciência e tecnologia, oferecendo uma abordagem diferente ao design de instrumentos musicais e sua prática. Inspirado no serrilhado, um processo que realça a rotação como uma metáfora para a circularidade, Knurl enfatiza a colaboração entre tecnologias de design sustentável e socioeconómico e as necessidades das produções artísticas e dos seus performers. Este projeto explora uma nova era de exploração musical, facilitada por materiais sustentáveis, criando auto-personalização, propriedade de design de som e pensamento de design inovador na prática musical.
TRIO CAPITU
A riqueza da musicalidade, os ritmos e melodias se unem à performance do Trio Capitu – grupo instrumental de formação original e singular: flauta, oboé e fagote.Fundado em 2012, o grupo vem acumulando reconhecimento do público e da crítica. Por dois anos consecutivos ganhou o Prêmio FUNARTE de Concertos Didáticos. Colabora com diversos artistas da cena contemporânea como Clarice Asssad e André Muato entre outros. O grupo percorre não apenas o rico repertório original para esta formação, mas também os clássicos e modernos, trazendo sua sonoridade para os tempos atuais. O Trio Capitu desenvolve um trabalho de formação de novas plateias, levando o formato didático e interativo a grupos que ainda encontram dificuldades no acesso à experiência da música instrumental. O Trio Capitu está formado pela flautista Sofia Cecatto, oboista Janaína Perotto e a fagotista Ariana Mendonça.
Sofia Ceccato – Flautista de “domínio do instrumento e desenvoltura cênica” como diz o site especializado em música clássica movimento.com. É solista, camerista e também instrumentista de orquestras, além de produtora, apresentadora e curadora. Seus trabalhos de destaque são Trio Capitu, Gaia Trio e Duo Ceccato e Bechemin, tendo se apresentado nas mais importantes salas e teatros do Rio de Janeiro e também pelo país.
Janaína Pertotto – Oboista pela UNIRIO, estudou Performance na Escola Superior de Música de Karlsruhe, na Alemanha, integrou a Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, em 2002, como oboísta concursada. É Doutora em Música pela Escola de Música da UFRJ, com tese voltada para a performance e a música de câmara de Heitor Villa-Lobos para madeiras. Além da música, é tradutora e escritora, com os livros Doce de Jaca (Penalux, 2021) e Papuã (Urutau, 2024).
Ariana Mendonça – Fagotista e mestre em Música pela UFRJ, atua como professora, solista, camerista e instrumentista de orquestra, sendo integrante da Orquestra Sinfônica do Espírito Santo e Filarmônica de Mulheres do Espírito Santo. Participa de grupos de câmara como o Trio Capitu e de formações como a Orquestra Filarmônica Moderna Brasileira. Atualmente, é professora concursada de fagote na Faculdade de Música do Espírito Santo e é reconhecida como a primeira e, até o momento, única mulher capixaba a se profissionalizar em fagote no estado.
VANESSA WAGNER, piano
Nascida em Rennes, na Bretanha, foi premiada com o primeiro prêmio no Conservatoire National de Paris aos 17 anos. Desde então, tem atuado por todo o mundo, e a sua ampla e premiada discografia reflete um vasto repertório e uma personalidade aguçada. Vanessa consegue aliar uma carreira «clássica» a uma trajetória mais pessoal e experimental, colaborando com músicos, eletrônicos e coreógrafos. É descrita pelos principais meios de comunicação como a “pianista mais singular, curiosa e cativante” da paisagem hexagonal. Depois de Inland, lançado em 2018 pela InFiné, uma referência à “paisagem imaginária” de John Cage, continua a sua exploração do repertório minimalista apresentando ao seu público peças raras ou inéditas de compositores aclamados, personalidades inovadoras do ambiente, do alternativo e cenas contemporâneas.