XVIII VIRTUOSI Na Serra — 29 de julho a 2 de agosto — GRAVATÁ

Sobre a edição

O Festival Virtuosi celebra a música clássica no Agreste pernambucano com duas edições em julho: a 18ª em Garanhuns, de 18 a 26, e a 15ª em Gravatá, de 29 de julho a 2 de agosto. Com concertos gratuitos e curadoria da pianista Ana Lúcia Altino, o evento promove apresentações de alto nível em cenários icônicos – como a Capela do Seminário São José (Garanhuns) e a Igreja Matriz de Sant’Ana (Gravatá) – contando com grandes nomes da música erudita brasileira, como Edson Cordeiro, Adriane Queiroz, Trio Capitu, André Mehmari e orquestras jovens conduzidas por renomados regentes.

Criado em 1998 no Recife pelos músicos Rafael e Ana Lúcia Garcia, o Virtuosi se afirma como um dos principais festivais de música clássica do Brasil. Com mais de 25 edições, o projeto soma eventos espalhados por Pernambuco – incluindo o Virtuosi Brasil, Sem Fronteiras e Século XXI –, sempre com foco em formação de plateia, qualidade artística e ensino. Nesta edição, masterclasses gratuitas para cordas, ministradas por Betina Stegmann, Marcelo Jaffé e Raiff Dantas Barreto, ocorrerão nos dias 28 e 29 de julho no Recife, reforçando o compromisso do festival com a difusão da música erudita.

Artistas Convidados

ADRIANE QUEIROZ, soprano

Há 12 anos na capital alemã, Adriane tem um currículo invejável mesmo para cantoras líricas que começaram a estudar já na adolescência.Dirigida na Staatsoper pelo regente Daniel Baremboim, a cantora enfrentou papeis desafiadores, como a Susanna das Bodas de Fígaro, a difícil Turandot de Puccini, e o solo da Oitava Sinfonia de Mahler.Questionada sobre os momentos mais emocionantes da carreira, a cantora não poupa elogios ao lendário Pierre Boulez, com quem trabalhou na gravação da sinfonia de Mahler. “Boulez era um cavalheiro, e um verdadeiro gênio matemático, que entendia uma partitura como jamais vi antes”, diz.”Outro momento que me deu prazer foi poder fazer os três papeis femininos em Don Giovanni, de Mozart. Já havia cantado Zerlina e Donna Anna. Só faltava a Elvira, que pude fazer no ano passado em São Paulo”, diz a cantora, que menciona ainda o lendário Museu Hermitage, de São Petersburgo, como um dos lugares mais bonitos em que já cantou.

ANDRÉ MEHMARI, piano e composição

André Mehmari – pianista, arranjador, compositor e multi instrumentista, nasceu em Niterói-RJ em 22 deabril de 1977.Considerado um dos maiores expoentes da música criativa brasileira contemporânea, é dono de uma vasta e singular produção que vai do piano solo ao jazz à ópera, ao choro passando pela música orquestral e de câmara até canções populares em mais de cinquenta e cinco álbuns lançados desde 1998, muitos deles produzidos em seu próprio Estúdio Monteverdi, localizado no coração da Mata Atlântic. Definido pela crítica especializada como “o músico que melhor personifica uma postura criativa inclusiva” e “o mais fiel retrato e multifacetado das músicas brasileiras”, atuou como solista em mais de quarenta países e em importantes festivais de jazz como o Chivas Jazz, o Heineken Concerts, TIM Festival, Spoleto Festival USA (André Mehmari Trio), Juan Les Pins (França), Umbria Jazz (Itália) além de numerosas turnês nos EUA, Europa e Japão.Paralelamente às turnês, produz também música para balés e trilhas sonoras para documentários, séries e filmes. 

BETINA STEGMANN, violino

Nasceu em Buenos Aires e iniciou seus estudos de violino em São Paulo com Lola Benda continuando-os com Erich Lehninger, Diplomou-se pela Escola Superior de Música de Colônia onde cursou a classe de violino de Igor Ozim e a classe de música de câmara do Quarteto Amadeus. Seguiu logo  após para Tel Aviv – Israel e aperfeiçoou-se com Chaim Taub. Mais tarde frequentou cursos ministrados por Pinchas Zuckerman e Max Rostal.Como recitalista e  solista apresentou-se em várias cidades do Brasil, Argentina, Itália, Alemanha, Estados Unidos e Bélgica. Realizou gravações nas redes WDR (Alemanha) e na RAI – Triste (Itália), estreando obras de compositores contemporâneos.Participou de vários festivais no Brasil e no exterior, Atualmente é o 1º violino do Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo e professora no Instituto Baccarelli.

CARLOS ANÍSIO, regente

Graduou-se em Música (1983) pela UFPB. Em 1997 obteve o título de Mestre em Regência Orquestral pela UFBA, realizando, sob a orientação do Dr. Erick asconcelos. Desde 1996 atua à frente do Coro de Câmara Villa-Lobos, grupo com o qual gravou 4 CDs. Docente do Departamento de Música da UFPB, desde 1991, ocupou os cargos de Chefe do DeMús, por três mandatos e Coordenador de Extensão Cultural da PRAC de 2009 a 2012. Exerce intensa atividade como compositor, arranjador, diretor e produtor musical em projetos fonográficos, de audiovisual e de artes cênicas. Em 2011 assumiu, juntamente com Eli-Eri Moura, a direção artística da Orquestra de Câmera da Cidade de João Pessoa. Atualmente é Coordenador da OSUFPB – Orquestra Sinfônica da UFPB.

CLÓVIS PEREIRA FILHO, violino

Natural de Recife, Pernambuco, Clóvis Pereira Filho é formado em Frankfurt, Alemanha. Filho do Maestro e compositor Clóvis Pereira, foi incentivado ainda criança aos estudos em violino, tornando-se o mais jovem violinista a integrar o corpo artístico da Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. No exterior, foi agraciado com uma bolsa de estudos do KAAD, (Katholische Akademische Austaschdient) e, logo em seguida, na classe da Prof. Ida Bieler, onde finalizou seus estudos de Mestrado na Escola Superior de Música Robert Schumann em Düsseldorf. Atualmente é violinista Spalla Orquestra Sinfônica Recife. Em 2013, retorna a Recife e passa a integrar o corpo docente de violinos da Orquestra Criança Cidadã. Em 2017, assume o cargo de Spalla da Orquestra Sinfônica Brasileira, onde também foi por 6 anos Diretor Titular da Orquestra Sinfônica Jovem do RJ.

EDSON CORDEIRO, voz

Nascido em Santo André SP, filho de um mecânico e de uma bordadeira, passou a infância em sua cidade natal, e dos seis aos 16 anos cantou no coro da igreja evangélica frequentada por seus pais. Fez teatro infantil e, em 1983, participou da ópera-rock Amapola, de Miguel Briamonte, que mais tarde seria diretor musical de seus discos. Em 1988 foi ator e cantor na terceira montagem brasileira da ópera-rock Hair! (Gerome Ragni, James Rado e Galt McDermot), dirigida por Antônio Abujamra. No ano seguinte, atuou na montagem de O doente imaginário, de Molière (Jean-Baptiste Poquelin, 1622-1673), dirigida por Cacá Rosset. Com essa peça, viajou pela Europa, EUA, México e América Central. Seu primeiro show solo aconteceu em agosto de 1990, na Mistura Up do Rio de Janeiro. O sucesso foi imediato, e ele passou a ser disputado por várias gravadoras. Suas distinções são o timbre vocal de contratenor e o repertório eclético, que inclui autores tão diversos como Noel Rosa, Janis Joplin, Rolling Stones e Mozart. Gravou pela Sony os CDs Edson Cordeiro (1991), Edson Cordeiro(1994) e Terceiro sinal (1996), que inclui uma interpretação cool de Bidu Saião e o canto de cristal, samba-enredo da escola de samba Beija-Flor (1996) e Ave Maria (Vicente Paiva e Jaime Redondo), do repertório de Dalva de Oliveira. Fez tourneés de sucesso em vários países da Europa.

LUCAS THOMAZINHO, piano

Desde sua juventude, vem percorrendo uma trajetória de destaque, tornando-se uma das principais referências de pianistas brasileiros do atual cenário musical. Em sua extensa agenda de concertos, atua tanto como solista frente às mais importantes orquestras do Brasil tanto como integrante de grupos de música de câmara e em recitais solo.Tem dividido o palco com maestros como Marin Alsop, Roberto Minczuk, Fabio Mechetti, Neil Thomson, Evandro Matté, Carlos Prazeres, Ligia Amadio e Marcelo de Jesus.Lucas é bacharel em piano pela Universidade de São Paulo (USP), e é mestre em Performance Arts pelo New England Conservatory (Boston/EUA). Tem diversas premiações em concursos de internacionais e nacionais como o Finalist Prize no XIX Santander International Piano Competition (Espanha), XVIII Santa Cecília International Competition (Portugal), I Teresa Carreño International Piano Competition (Miami), Concurso PIANALE International Academy & Competition (Alemanha), entre outros. Gravou as sonatas de Francisco Mignone para piano & violino, com Emmanuele Baldini, pelo selo NAXOS.

LUIS FELIPE DE OLIVEIRA, piano

Natural de Gravatá, interior de Pernambuco, é formado “cum laude” no curso de Bacharelado em Piano na UFPE e atualmente estuda na “Academia Internacional de Música Aquiles Delle Vigne” em Coimbra, Portugal. Detém importantes conquistas como o Primeiro Lugar no Piracicaba International Piano Concerto Competition (2017); Primeiro Lugar no Mozart Special Prize (2022); o Primeiro Lugar no 13o Concurso Internacional de Piano Edna Basseti Habith (2022)n entre outros, além de ter sido selecionado para o Programa Prelúdio da TV Cultura (2016). Foi convidado pelo pianista Miguel Proença a participar do recital “Talentos Piano Brasil”, no Auditório do BNDES, participando novamente em janeiro de 2017.Já se apresentou em diversas salas de concerto do Brasil, como também em Portugal, Argentina e no México. Foi solista com a Orquestra Clássica do Centro (Coimbra-PT), Orquestra Sinfônica da Universidade Federal de Pernambuco, Orquestra Sinfônica do Recife (PE) e a Orquestra Sinfônica de Limeira (SP).  

MARCELO JAFFÉ, viola

Aos seis anos de idade, orientado por seu pai, Alberto Jaffé, inicia o estudo de violino. Em 1977, aos 14 anos, passa a tocar viola, ganhando, no mesmo ano, o 1º Prêmio no Concurso Nacional da Universidade de Brasília.Após aperfeiçoamento na Universidade de Illinois e no Centro de Música de Tanglewood, nos Estados Unidos, apresenta-se em vários países, participando de destacados conjuntos camerísticos e orquestrais.Atuou como Maestro da Kamerata Philarmonia e foi Diretor Artístico da Orquestra Jazz Sinfônica do Estado de São Paulo.Atualmente, residindo em São Paulo, é professor de viola da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (Departamento de Música), apresentador da Radio Cultura e membro do Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo.

NILSON GALVÃO, regente e cello

Natural de Recife/PE, iniciou, em 1988, seus estudos formais no violoncelo.Recebeu premiações nos concursos II Concurso Nacional de Cordas, bem como o  prêmio revelação – 1993 e Prêmio Paraíba de Música de 1997. É bacharel e mestre em música pela Universidade de Campbellsville – EUA, e tem também titulação em direção de orquestra pelas Universidade de Louisville. No ano de 2014 assumiu a direção artística/musical do projeto social Orquestra Criança Cidadã sediado na cidade do Recife. Em 2007 iniciou trabalho na área da regência, recebendo orientação de importantes maestros como: Robert Gaddis, Kim Lloyd, Jorge Mester, Isaac Karabtchevsky, Sarah Ioanidis, Cláudio Cruz e Lanfranco Marcelletti. Desde 2013 é membro do Quinteto da Paraíba, grupo instrumental que tem enorme relevância no cenário nacional tendo como principal característica a propagação da música de câmara nordestina.

ORQUESTRA JOVEM DE PERNAMBUCO

Criada em 1986 foi reativada em 2005 durante a realização do projeto A Fábrica de Música pelo Maestro Rafael Garcia. Em 2005 a OJOPE realizou mais de 40 concertos através do SESC-PE, do FUNCULTURA e do Sistema de Incentivo da Prefeitura Municipal de Recife. Participou de vários projetos incluindo FORMAÇÃO DE PLATÉIA: Concertos nas Escolas, Concertos Didáticos (FUNARTE), Concertos no Interior (Petribras), além dos vários festivais VIRTUOSI. Já se apresentou com o Maestro João Carlos Martins em Gravatá e Garanhuns e acompanhou vários solistas internacionais. Fez a estréia da ópera Dulcinéia e Trancoso do compositor Eli-Eri Moura.

RAFAELL ALTINO, viola

Violista principal da Sinfônica de Odense, Dinamarca, começou seus estudos musicais com seu pai Rafael Garcia aos 9 anos. Aos 17 anos mudou-se para os Estados Unidos onde recebeu os diplomas de Bacharel pelo NEC, Boston e Mestre pela Juilliard School. Participa em festivais internacionais e concertos, em vários países tais como Brasil, França, Grécia, Japão, Noruega, Espanha, Suécia, Taiwan e Estados Unidos, entre outros. Ensina nas Academias de Música Carl Nielsen, Odense e Malmö, Suécia. Toca numa viola francesa do final de 1700 de autor desconhecido com um arco James Tubbs cedidos pelo Instrumentfonden da Sinfônica de Odense.Gravou o CD “Viola a Rafael” e o Concerto Steppenwolf de Christian Lindberg pelo selo Bis.

RAIFF DANTAS BARRETO, cello

Violoncelista paraibano, Raïff Dantas Barreto, iniciou seus estudos com Nelson Campos, posteriormente se aprimorando no Conservatório Arrigo Boito, em Parma na Itália, onde foi aluno de Enrico Contini. Como solista, atuou à frente de importantes orquestras brasileiras e internacionais, sob a regência de Eleazar de Carvalho, Leon Spierer, Ira Levin, John Neschling e Ligia Amadio, entre outros.Estreou no Brasil três obras seminais no repertório do violoncelo: Cello Concerto No. 2, Op. 126 do compositor russo Dmitri Shostakovich, Cello Concerto No 2 in C minor, Op 77, do também russo Dmitri Kabalevsky, e a Sinfonia Concertante for Violin, Cello and Orchestra, Op. 29 do húngaro Miklos Rosza. Na música popular atuou e gravou com o Quinteto da Paraíba, Chico César, Toninho Ferraguti, André Mehmari e Arrigo Barnabé, entre outros. Vem desenvolvendo ao longo dos anos, uma sólida carreira discográfica, com vários álbuns – solo ou em parcerias – notavelmente aclamados pela crítica e público.Desde 2001, é primeiro cello da Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal de São Paulo.

TRIO CAPITU

A riqueza da musicalidade, os ritmos e melodias se unem à performance do Trio Capitu – grupo instrumental de formação original e singular: flauta, oboé e fagote.Fundado em 2012, o grupo vem acumulando reconhecimento do público e da crítica. Por dois anos  consecutivos ganhou o Prêmio FUNARTE de Concertos Didáticos. Colabora com diversos artistas da cena contemporânea como Clarice Asssad e André Muato entre outros. O grupo percorre não apenas o rico repertório original para esta formação, mas também os clássicos e modernos, trazendo sua sonoridade para os tempos atuais. O Trio Capitu desenvolve um trabalho de formação de novas plateias, levando o formato didático e interativo a grupos que ainda encontram dificuldades no acesso à experiência da música instrumental.